20/11/2007

Sistema Comparativo Avançado de Trolhas (SCAT)

No fim da primeira semana de estágio, o chefe achou impensável que eu fosse para Marrocos sem antes ter um vislumbre do que são os nossos trolhas bem tugas. Afinal, não poderia partir sem ter uma base bem sólida de comparação entre o berber Mohammed e o Sr. Zé António.

Assim sendo, puseram-me a correr as capelinhas todas: Porto, Famalicão, Vieira do Minho e por aí fora. Dei a volta ao Norte numa 3ª-feira solarenta! A recordar, o Sr. Teixeira, encarregado da obra de Famalicão, uma personagem. Esse sim, o verdadeiro piolhinho saltitão, versão bochechas de vinho refilão que "só ponho guarda-corpos num buraco onde se enterra meia Auschwitz depois de perguntar ao Sr. Engenheiro... e vamos a ver, porque isto dá trabalho e custa dinheiro!".

O dia não poderia acabar bem sem a minha primeira despistagem de alcoolémia (só por distracção é que não foi logo em Famalicão!). Incrivelmente, não se conseguiu despedir ninguém! E não é que o trolha tuga já não se faz como antigamente! Tudo convocado para o jogo do sopro do balão e, à excepção de dois malucos que acusaram 0,10, tudo corridinho a 0,00. E esta, hein?!
A explicação está no vistão sobre a Serra do Gerês que se tem da obra. A deitar o olho sobre aquela paisagem indiscritível todo o bendito dia, ninguém tem depressões para curar com um cheirinho no café.. ou quase ninguém.

Entretanto, já tive a felicidade de espreitar o aspecto do trolha berber. Para minha surpresa (mais uma!), assim, à primeira vista, gozam de uma dentição completa e de uma higiene pessoal aceitável. Diria até que têm um aspecto muito razoável. Diz, inclusivé, que não são de bebida e que até gostam de usar capacete (alguém se esqueceu foi de partilhar com alguns que em sítios onde não há perigo de queda de objectos sobre os seus lindos crâniozinhos, como, por exemplo, uma sala de formação, não é preciso usar capacete... toma-se-lhe o gosto!...).



Tive também a oportunidade de ter o primeiro contacto com a fiscal da obra, que se pode ver ao fundo na fotografia . É francesa e é carinhosamente chamada de "la belle Dominique". Diz que, a par da beleza refinada, goza de traços de personalidade a condizer! Viva o trolha marroquino!

6 comentários:

Unknown disse...

Em grande cris!! :)

Boa sorte e viagem até lá! :)

Anónimo disse...

Cristina, entre os teus relatos no meio dos trolhas e os da Verinha entre gente de olhos em bico, não sei não, mas acho que serei leitora assídua!

Ricardo Silva disse...

é capaz de ter piada ver uma rapariga de metro e meio a tentar mandar em trolhas marroquinos...
se contares historias destas tb serei leitor habitual!!

JSB disse...

allez Polly Pocket!!

Vais dominar esse pessoal e aprender um francês com sotaque magreb, invejável!

Boa sorte! Beijo

borntopaint disse...

Hehehe… o Sr. Teixeira...Nada melhor para descrever esta criatura…pensando bem, assim, alto, loiro e de estranha pronuncia, talvez sim um puro Ariano ;)
Pedigree lá ele tinha, tão bom, que dava pra cheirar o padrão!!!

E não minha amiga (ou colega), não foi por esquecimento que os “pseudo avecs” usavam o capacete durante a formação, foi sim o trabalho eficaz e convincente do formador (olha já agora podes lhes dizer que pelo menos para dormir podem tira-lo…pois… isso esqueci-me).

Aproveita também para transmitir que o diploma pode ficar ao lado, ou mesmo por baixo da foto do Rei… fui duro, pede desculpa por mim, só quando cá cheguei, e imaginei um qualquer objecto sobre a foto do Aníbal António Cavaco Silva que possuo sobre a cabeceira, descobri do meu crime.

Tirando os escorpiões, a falta de água, as 12 horas de trabalho, os camelos raquíticos, a estranha forma de condução dos nativos, e esse ruído com que eles comunicam, foi uma óptima experiência.

I’ll be back soon, ou en français, Je will be back soon…

MaRiE disse...

Já trabalhei como técnica de segurança numa obra e sei bem o que sao esses personagens. Trabalho de remar contra a maré o da segurança em obra!
Vejo que andas em grandes andanças pelo mundo.
Boa sorte com tudo.
Beijinhos
Maria